PARTE I
Penso que todo mundo conhece ou já ouviu falar do Escotismo. Criado por Baden Powell(foto) em 1907 na Inglaterra, tinha como objetivo ensinar aos joves como acampar e sobreviver em regiões selvagens com conhecimentos em primeiros socorros, técnicas de sobrevivência e segurança na floresta e nas cidades. O Escotismo vai mais longe, além dessas atividades específicas os Grupos prestam serviços comunitários nas suas cidades sede e formam cidadãos. Seu símbolo é a Flor de Liz. Era assim quando eu começei a praticar. Vou contar alguns momentos vividos por mim, pelo Franco e meu grupo, foram experiências que ficaram marcadas para sempre em minha vida. No ano de 1970 tive o primeiro contato com o Escotismo, e ele começou a fazer parte da minha vida. Ingressei no grupo do Colégio Antonio Vieira – CAV, colégio religioso da cidade de Salvador-Ba minha terra natal. Soube que hoje esse grupo não existe mais, alguns ex- escoteiros se juntaram e criaram o Grupo José Bonifácio com sede no Instituo Social da Bahia- ISBA, outro colégio de Salvador. Nos reuníamos aos sábados à tarde, nos fundos do próprio colégio, lá era a nossa sede. O grupo era composto por jovens alunos do colégio ou não, que formavam as ” patrulhas ” que eram batizadas com nomes de animais da nossa fauna. Lembro-me que participei de três , a Castor, Lôbo e Leão. O primeiro acampamento do qual participei, foi num moinho abandonado dentro de um sítio de propriedade do CAV, que ficava localizado na Ilha de Itaparica – Ba. precisamente na localidade de Mar Grande. Passamos um final de semana exatos dois dias, para mim foi fascinante e assustador ao mesmo tempo, acampamos no mato, tudo era desconhecido, meu primeiro contato direto com a natureza, sem luz elétrica, sem água encanada, me senti livre, e percebi que ainda tinha muitas coisas a aprender na vida, desde então começei a perceber a importâcia de preservar a natureza. O Nosso Grupo do CAV prestava serviço voluntário a comunidade do bairro Garcia e adjacências onde ficava localizado o colégio. Entre eles destaco um salvamento aos moradores da Curva Grande no bairro do Garcia à vítimas de uma tempestade, seguida de enchentes e enchurrada que arrastou tudo nas encostas. Nunca esqueci daquela senhora agarrada em um colchão velho pedindo socorro. Lembro-me claramente como fizemos o salvamento : amarrei uma corda na minha cintura, o Franco amarrou outra nele e nos atiramos na ribanceira com lama e muita água até os ombros. Só pensava na hora que tinha que salvá-la, ela teimava em não querer soltar o maldito colchão, fomos puxados pelo outros escoteiros do grupo que davam apoio. Foi muito gratificante, desse dia em diante começei a ter vontade de ajudar as pessoas. O Grupo de Escoteiros do CAV era um dos maiores de Salvador entre os participantes desse grupo lembro do nosso querido padre Hilário, Nosso chefe Luiz Humberto, nosso cozinheiro Ivan , Eduardo Albuquerque ( Dudu ), Duda e Budu ( falecidos ) irmãos do meu amigo Pepeu, Paulo Sacramento, meus ” primos ” Lucas e Geo filhos do meu querido e saudoso padrinho de crisma José Maria da Costa Vargens e de Tia Dora ….Gostava tanto de ser escoteiro que pensava em um dia ser chefe do grupo, logo no início fiz minha promessa e nunca mais esqueci eis a promessa dos escoteiros : “Prometo pela minha honra fazer o melhor possível para: cumprir meus deveres para com Deus e minha Pátria; ajudar o próximo em toda e qualquer ocasião; e obedecer a Lei Escoteira.” Passei nas provas de segunda classe : pioneiria, salvamento, primeiros socorros, cozinha, não lembro de todas só que já tinha muita experiência e habilidades específicas que ainda utilizo até hoje quando vou acampar. Sem nenhuma modéstia pois acho que modéstia é coisa de hipócrita além de ser muito querido era também muito famoso no grupo, pois sempre me destacava em todas as atividades que participava. Tanto que fundei uma patrulha a Castor nas cores amarelo e azul , e foi nela que vivi a maior aventura de toda minha vida. Que na próxima postagem conto para vocês. Um abraço.